P O R T A D A     Sahara, fotografía de Koldo Badillo (detalle).  

V E R    C L A R O

Toda a poesia é luminosa, até / a mais obscura. / O leitor é que tem às vezes, / em lugar de sol, nevoeiro dentro de si. /
E o nevoeiro nunca deixa ver claro. / Se regressar / outra vez e outra vez / e outra vez /
a essas sílabas acesas / ficará cego de tanta claridade. / Abençoado seja se lá chegar.

Toda la poesía es luminosa, hasta / la más oscura. /
El lector es quien a veces, /
en lugar de sol, dentro tiene niebla. / Y la niebla nunca deja ver claro. / Si regresa /
una vez y otra vez/ y otra vez/
a esas sílabas encendidas /
le cegará tanta claridad. / Bendito sea quien llegue.

EUGÉNIO DE ANDRADE
Os sulcos da sede
(Los surcos de la sed),
trad. José Ángel Cilleruelo.

       
    agua - imagen (pulsa aquí para entrar) aire - poesía (pulsa aquí para entrar)    
  32 tierra - prosa (pulsa aquí para entrar) fuego - miscelánea (pulsa aquí para entrar)    
 

septiembre-octubre 2004
ISSN 1578-7591
s e g u n d a   é p o c a

 
    punto de encuentro      
     
  Eldígoras, páginas de lengua y literaturaeldígoras.com